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sábado, 2 de julho de 2011

Sou braso-descendente, e tenho orgulho do meu passaporte azul!

Extremamente interessada em promover a DESigualdade Social, nossa ministra da Igualdade Social, ou secretária, como preferirem, porque ainda não há um entendimento se o Ministério funciona como Secretaria ou se a Secretaria funciona como Ministério, Luiza Bairros, defende a criação de cotas para negros, ou afrodescendentes, em processos seletivos diversos.

Luiza Bairros foi a primeira coordenadora nacional do MNU – Movimento Negro Unificado. Depois de escrever uma série de artigos sobre sexismo, o negro no mercado de trabalho e outros afins, nos dias atuais, quando estamos em plena moda de guerrear entre nós mesmos,  é nomeada ministra, mas continua com o comportamento de militante do MNU.
Pergunto agora: se eu lançar o MBU – Movimento Branco Unificado – o que acontecerá comigo? Segundo a Constituição Federal em vigor, posso ser presa por racismo.
Ah tá! Mas ela pode e aí, como é pelos negros e “minorias”, não é racismo?

Na mesma linha, cumprindo o plano dos governistas de desunir a população, Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro, assina um decreto que garante que vinte por cento das vagas em concursos públicos serão reservadas a aqueles que se autodeclararem afrodescendentes  ou índios.
Vamos à “aulinha de interpretação de texto nível básico”, de hoje: “...aqueles que se autodeclararem...”. Interpretando: se eu DISSER que sou descendente de negros ou índios, posso concorrer à fatia “privilegiada” de vinte por cento. Vão poder pedir meu sangue para o exame de DNA? Não! É contra a lei. Então, o que vale é a minha palavra e nada mais!

Senhoras e Senhores, tenhamos decência! O que é que diferencia brancos, negros, índios, orientais...??? NADA! Por acaso alguma “raça” (já detesto o termo porque, na minha opinião, quem tem raça é cavalo, cachorro, boi...) tem alguma desvantagem física ou intelectual em relação às outras?
Questão de decência número dois: qual é o brasileiro que pode garantir que não é descendente de negros, índios, orientais, ou de qualquer outro povo? Somos o País da diversidade! As mulheres brasileiras são colocadas entre as mais bonitas do mundo porque, aqui, todos somos misturados! E já foi provado cientificamente que a mistura garante melhores combinações genéticas, diminui o risco de doenças e outros benefícios!
Senhora Luiza Bairros, peço que tenha a consciência, que não precisa ser negra, porque eu acho que também a consciência não tem cor, para refletir que o que a senhora intitula “igualdade” é, na verdade, uma interpretação para “segregação”. Suponho que Nelson Mandela teria MUITA vergonha da senhora, se soubesse da verdade crua!

Ao povo brasileiro peço: vamos, nós, misturados, que não sabemos com exatidão de que lugar do mundo vieram nossos genes, orgulhosos pelas características que a miscigenação nos proporciona, dizer NÃO a esta história de “cotas raciais”!
Somos, todos, filhos do mesmo Brasil! Que recebeu, sempre de braços abertos, PESSOAS de todos os continentes! Vamos entender que, independente  da cor de nossa pele, cabelo, traços faciais ou corporais, somos HUMANOS! E quando eu estudei Fisiologia HUMANA, era HUMANA, não Fisiologia do branco, do negro, do índio, do mulato, do caboclo...

Amanhã, três de Julho de 2011, teremos, na Orla de Copacabana, uma manifestação contra as cotas. Se você também não conhece sua árvore genealógica desde a primeira geração de sua família, eu acho que, como eu, você tem o dever cívico de apoiar. Não?
O convite para o evento está circulando pelo Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=152823088119265

A Ministra? É minha convidada especial!

Fraternidade, de uma braso-descendente que não faz a menor idéia do resto, mas que ainda, mesmo diante de tantas dificuldades e decepções, tem orgulho de chegar aos países estrangeiros e encher a boca para dizer: “SOU BRASILEIRA”. Só isso!

8 comentários:

  1. Mesmo não sendo branco, mas um pardo desbotado, como diria Ariano Suassuna, lance o Movimento Branco Unificado que eu assino como simpatizante. Essa política de segregações criada pelo Beócio, bem ao feitio de Gramsci, já está passando de todas as medidas, inclusive a da tolerância.

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  2. Kerida Karina.


    Perfeito. É orgulho o que sinto por conhecer e interagir com pessoas como você. Parabéns pelo blog, já nasce com muita saúde e belo e inteligente como a mãe. Gostaria de poder ir a marcha e levar minha filha e esposa. Nesta não deu, mas sei que não faltará oportunidade.

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  3. Queridos Marcos e Decicote! O carinho de vocês com o meu trabalho é minha força motriz diária! Desde 2010, eu acordo todos os dias e, apesar de toda a nojeira política que estamos vivendo, penso: "Vou trabalhar! Que delícia!". E a culpa é de vocês!
    Obrigada pelo apoio despretencioso e amigo de verdade, que vocês sempre me dão!
    Grande Beijo,

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  4. Minha querida "filinha de papai" (me permita assim me referir a você). Neste post você tocou num ponto crucial pra mim. Em uma discussão que gosto de entrar, como dizemos aqui no PIAUÍ: "nós fazemos de tudo para não entramos em uma briga, mas quando entramos o difícil é sair dela". Pois bem, sou graduando em História, e foi justamente questões sobre negros que me fizeram cursar história, poder me adentrar neste mundo infinito (e lindo) que se trata da história dos negros. Só que eu não tive o desabor de ler sobre este trabalho escrito por esta Ministra ou secretária, ou o quer lá que seja, e assim me atendo ao que você publicou, posso tirar conclusões erradas ou melhor erradíssimas e se puder coloque mais íssimas... Historicamente é provado que o negro não foi tão sofrido assim, claro não serei louco em dizer que não sofreu, que foi torturado, fisicamente e psicologicamente. Porém esse status de "negro é sofredor, precisa ser revisto a posição dele na sociedade" fica para a posteriore. Sempre fui e serei contra todo tipo de cota, quer seja ela negros, brancos, amarelos, etc, não se pode distinguir, não se pode rebaixar. Eu como negro (assim me considero) não admitiria passar onde quer que fosse por sistemas de cotas, que o chamo de "sistema de coitados", seria sim esta uma humilhação. Como posso me firmar como sujeito humano sendo privilegiado desta forma? E o "bulling" (termo da moda) que estes sofrem? Onde está a inclusão aí? Quando digo que este governo veio para não concientizar a população é porque sei que estava certo. Será que algum dia vão reconhecer que Zumbi dos Palmares foi um senhor de esravos? Um dia irão reconheecr que ele tinha também laços estreitos com a Coroa Portuguesa? Creio que até se pode reconhecer um dia, mas vai ser complicado... Sistemas de cotas não servem para reparar o dano causados em um período passado, a melhor forma, e assim ei de ver, é educar nossos filhos, nossos netos, e por que não nosso adultos!? Só deixar claro que questões que trouxe não são feitas de forma levianas, são baseadas em estudos, e eu como um amante da cor negra, da história negra do país ( e não preciso ser petista) e da áfrica e até do mundo, fico indignado quando se fala em cotas para quem quer que seja. Se esta ministra/secretária puder ler mais sobre o assunto verá quando foi anacrônica em seu "estudo", por que não dizer: irresponsável. Fica aqui meu abraço e meu repúdio. "Filhinha de papai"

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  5. O porque das cotas?
    O Artigo 5 quer dizer que deveríamos ser tratados como iguais perante a lei, porém esse tratamento igualdade ainda não existe.Será que as pessoas estão cegas ou vamos negar que há racismo nesse país. As cotas não são para sempre mas até que se faça o que manda o artigo 5 da lei magna.Conheço pessoas que trabalham na área de recursos humanos que afirmam que o racismo é algo muito presente.Empresas do ramo publicitário muitas vezes coloca nas suas pata um papel escrito: Não negros. Em um desfile uma empresa disse que não havia negros no desfile porque os mesmos não combinam com roupas de inverno.Talvez eles pensem que negros não sentem frio.

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  6. O porquê das cotas 2?
    Queridos, o problema é racismo no mercado de trabalho. Muitas empresas, principalmente, ligadas a moda recebem ordens para não contratar negros nas suas campanhas e outras empresas fazem o mesmo. Para empregar deficientes físicos tiveram que criar incentivos ainda assim eles têm problemas para conseguir emprego.Nosso mercado de trabalho é muito discriminatório.Muitas empresas não querem contratar pessoas negras por melhor que sejam os seus currículos.O problema é o racismo no mercado de trabalho não de educação exatamente. AS pessoas devem se informa mais sobre o racismo no mercado de trabalho.AS pessoas ainda são tratadas pela cor da pele não só no mercado de trabalho. Isso é uma realidade que muita gente não vê e tem uns que veem e fingem que não percebem. O Art.5 quis dizer que todos devem ser tratados com igualdade perante a lei, mas infelizmente não somos. O mercado de trabalho ainda escolhe pela cor da pele, e todos sabemos disso.Como disse um amigo aqui: porque ninguém fala das cotas de 100% para brancos ou quase isso em várias empresas.

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  7. Oi, Anna Paula!

    Em primeiro lugar, muito obrigada pelos comentários! Fico extremamente feliz sempre que alguém vem aqui comigo se expor!
    Mas eu discordo de ti pelo seguinte: o mercado de trabalho, em geral, é discriminatório por uma SÉÉÉÉÉRIIIEEE de coisas, que variam desde a roupa que a pessoa usou na entrevista, até a escolhinha onde ela fez o curso de Inglês.
    Eu fiz muitos "passeios" pelo mercado de trabalho. Em cada empresa, em cada ramo, as pessoas gostam ou desgostam de alguma coisa, e isso gera preconceito!
    Deficientes físicos são um caso à parte. O deficiente físico, como já dito, TEM uma deficiência! Os negros, os pardos, os brancos, os amarelos, os índios....podem ou não, ter deficiências, mas não pela cor!
    Sou puramente branca no fenótipo, mas não posso afirmar ser puramente branca no GEnótipo, porque como todo bom brasileiro, sei lá o que meus ancestrais fizeram! Não posso garantir não ter um gene negro, índio, aborígene...como saber? Vou pagar exame de DNA? NÃo! Não me importo com isso!
    Agora, mesmo branquela, sem os "obstáculos" que você citou, já fui discriminada por ser paulistana, por ser mulher, por ser "da turma do happy hour" (mesmo não influindo em NADA em meu desempenho profissional), por não ser nipônica (juro!).
    Então, segundo sua teoria, que o problema é o mercado de trabalho, baseado em aparências, teríamos que criar cotas para homoafetivos, mulheres, pessoas consideradas pela maioria como "feias", "bregas" "gordas"....e por aí vai!
    Nosso problema não é, exatamente, o racismo. Mas sim, o preconceito em relação a TUDO, porque o homo sapiens tem, como característica da espécie, uma tendência ao preconceito contra aquilo que é DIFERENTE DELE! Simples assim!

    Um grande beijo e espero que continue colaborando comigo,

    Filhinha de Papai

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  8. Aliás, meu querido amigo piauiense: você andou lendo "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", do Leandro Narloch? Se não leu, vais amar!

    Mega Beijo,
    Filhinha de Papai

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