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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Muro das Lamentações


Tenho falado em minha “TL” no Twitter que o “muro das lamentações”, que segundo nos consta fica em Jerusalém, mudou-se para minha caixa de entrada de campanha. Expliquemos.

Candidata, recebo e-mails no meu endereço público, o eusoukarina@gmail.com , com todas as informações que preciso para a campanha. Exclusividade minha? Claro que não! Todos os candidatos que informaram endereço, recebem juntos as mesmas informações.

Um dia, um dos meus “companheiros de quarto escalão” (explicarei o termo mais adiante) aproveitou o fato de todos nós recebermos os mesmos e-mails, e resolveu abrir seu coração magoado por campanha. Está formado, então, o “muro das lamentações” da minha caixa de entrada.

O primeiro candidato, o que teve a idéia de protestar, abriu o precedente. Depois dele, veio o resto, tão magoado quanto. Por que?

A vida partidária é uma coisa interessante. Descobrimos em meia dúzia de reuniões como é que a coisa toda funciona. Mas tem quem não compareça às reuniões e não entenda como é que a teoria é aplicada na prática. Aplicando, fica assim:

Os candidatos são divididos em “escalões” . Do primeiro até, em nosso caso, no PSDB daqui, o quarto. Levando em conta critérios como popularidade, mandato e DINHEIRO! Claro, afinal, eu já demonstrei que esse último item citado manda em tudo.

Os primeiros a ganharem apoio, material de campanha, tempo de TV, tempo em rádio e todos os demais itens da lista “o que o partido vai me dar”, são os que já tiveram ou ainda têm algum cargo.Os empossados ou ex-empossados, que contam com a popularidade, dinheiro e apoio de pessoas com recursos.
O segundo “escalão”, é composto por candidatos que também possuem apoio financeiro, apesar de não serem ainda políticos conhecidos. Têm “potencial”.

O terceiro é composto por políticos não reconhecidos, mas que possuem vontade e capacidade de captar grande quantidade de recursos financeiros (grande quantidade não é trocado, hein! Vamos sempre começar a falar na casa das centenas de milhares de reais) e possuem algum eleitorado significativo que contribua com a legenda.

O quarto, então, é composto pelo resto. Resto que pode ser de gente que ACHA que tem capacidade para ser eleita, mas que aos olhos do partido não tem. E não tem mesmo! Pessoas que nunca foram eleitas e que não contam com garantias de recursos financeiros. O “quarto escalão” reúne as pessoas que estão praticamente sozinhas, que entraram na chapa porque fazem alguma diferença ou barulho na política, mas que não possuem base eleitoral, recursos financeiros ou influência sobre quantidade grande de pessoas.
Da chapa de mais de setenta candidatos a vereança, apenas uns cinco fazem parte do primeiro escalão. O segundo é maior, o terceiro maior ainda e o quarto é o grande desse ano, porque o PSDB carioca está sem nomes famosos para esta eleição. Onde deveria, inclusive, funcionar o “primeiro escalão”, está tudo fragmentado, com quadros partidários até eleitos apoiando candidatos de outras coligações ou partidos. Eis que nessas eleições a grande maioria da chapa de candidatos a vereador pelo PSDB carioca, é “ninguém”, tipo eu!

Preciso deixar claro que ao apelidar a situação de “muro das lamentações”, minha intenção não é desmerecer ou tirar humor da situação desses candidatos magoados. Não é isso. O lamento é meu também, por perceber quanta gente enganada e iludida entra nesse tipo de empreitada.

No dia 21 de Agosto deste ano, então, começou a veiculação em televisão dos programas eleitorais. Todos os candidatos da chapa tiveram a oferta de gravar doze segundos de declaração, para ser inserida no programa eleitoral do partido. Vereadores são inseridos em Rede Nacional, pelas regras, dia sim, dia não. Ao recebermos a oferta de gravar doze segundos, muitos candidatos acharam que seus doze seriam iguais aos doze de qualquer um. Não é assim, é óbvio! Óbvio para mim, obviamente.

Primeiro dia de propaganda, os candidatos que eu já sabia que são do “primeiro escalão” apareceram. Do segundo também. Entre eles, um senhor cujo talento mais interessante é ter sido jogador de futebol pelo time mais popular do Rio de Janeiro. “Mas ele não sabe falar!!” , disseram. E daí? Quem disse que na política, hoje, interessa se o cidadão está preparado tecnicamente para assumir o cargo ou não? E se analisarmos, todos, TODOS os partidos políticos funcionam assim. Não venham me contestar dizendo que é diferente em partido pequeno. Só é diferente em relação realmente ao tamanho de cada partido, mas todos funcionam no mesmo raciocício nesse quesito.

Armada a confusão, começa a troca de e-mails que anunciei acima. Uns reclamam dos méritos dos outros, outros reclamam apenas da própria situação, mas a reclamação é geral. Uma série de candidatos “pequenos” desiludidos porque foi criada expectativa. Muita expectativa, em cima desses encantados doze segundos.

Eu, sinceramente, já havia aberto mão de meus doze, sabendo que não teria inserções, porque continuo fazendo campanha contra campanha, não saí uma única vez para fazer campanha em pról de nada nem de ninguém depois do dia 07 de Julho deste ano (claro que converso e peço votos para Otavio Leite, porque eu mesma gosto dele) e, o que mais me dá prazer, minha obrigatória conta bancária de candidata continua partindo de zero, passando por zero, terminando em zero reais! No fim, tivemos mais uma chamada para gravação, num dia em que eu estava completamente livre (domingo, início de Agosto) e eu gravei meus doze segundos. Mas não gerei expectativa para ninguém, porque já tinha entendido o processo. Entrei porque eu quis, sabendo de tudo isso.

Questiono, então, o que é que foi dito, passado, esclarecido e discutido com os candidatos integrantes do grupo de e-mails. Tinham esperança de que na distribuição do horário eleitoral o mundo fosse voltar a girar no sentido certo, ignorando o que manda hoje em dia que é o poder econômico e tudo o que gira em torno de conseguí-lo, para garantir igualdade social na televisão?

No meio das reclamações, conseguimos ainda ver o lado bonito das situações tristes e alguns começaram a tentar motivar uns aos outros, até com o apoio bíblico. Mas eu, sinceramente, acho que Deus não tem nada a ver com eleições. Se tivesse, provavelmente uma série de excomungados morais não estaria empossado.  Mais para frente vou comentar o que penso a respeito da mistura de religião com política nesse país.

Depois ainda tem uma grande maioria me perguntando sobre meu posicionamento. Sendo claros, eu não estaria candidata, muito provavelmente, se não fosse outra idiotice estimuladora do preconceito em nossa nação, chamada “cota para mulheres”. Eu sirvo ao partido levando comigo os candidatos “reais” da chapa e o partido me serve auxiliando em tudo para minha candidatura e fornecendo material. Relação amorosa sincera: ninguém se ilude e vivemos felizes para sempre. Mas se existe esse critério de cotas por gênero, ainda tinha candidato acreditando em igualdade social na distribuição do horário eleitoral?

Como eu sempre digo e peço: basta parar um pouquinho para ligar uns pontinhos. Deixando os pontos soltos, é que se criam as frustradas expectativas e as ilusões inúteis.  Se querem mudar, fazer diferente, só existe um caminho e este é lutar para mudar o sistema! Simples!

Parar de ficar acreditando nas boas intenções do mundo e começar a colocar realmente em prática as nossas, pode ser o caminho para a mudança que precisamos fazer para salvar as próximas gerações. Quero, com isso tudo, apenas que as pessoas parem um pouco para pensar!

Raciocinando ainda,

Filhinha de Papai

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quanto dinheiro...!


Quanto custa uma campanha eleitoral?

Depende! Custa muito, em vários sentidos. Mas custa muito DINHEIRO, hoje em dia, principalmente, e esse é o meu grande problema com a “coisa” toda!

Já falei, avisei, falei de novo, mas para quem chegou agora, aviso novamente: estou candidata a uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Por este motivo, estou aproveitando a campanha “sem fazer campanha” para fazer campanha por melhores campanhas. Entenderam? Não? Tudo bem! Basta acompanhar e tudo ficará explicado.

É possível fazer campanha sem dinheiro? Nos moldes atuais, não! Isso é interessante para o bem comum? Na minha opinião, nem um pouco!

“Poxa! Mas nem uma panfletagenzinha? Que mal há?” Nenhum, não fosse um problema meu de prioridades.

Continuo amargando dívidas e contas aqui em meu balanço particular, porque muita gente sabe que não preciso de estímulo financeiro para “colocar o bloco na rua”. Meu estímulo é o mesmo de todos: está tudo torto no Brasil e a população está assistindo a um festival de irregularidades com o nosso dinheiro. Nosso dinheiro tem pago viagem, bebida alcoólica caríssima, jatinho, curso no exterior para filho de empossado, passagem aérea para amante de ministro....nosso dinheiro anda pagando luxo para a base empossada, enquanto o brasileiro que sua para ganhar está com cada vez menos do dinheiro DELE. Eu pago a viagem de Sergio Cabral a Monte Carlo, mas eu mesma tenho o sonho de conhecer o local e não tenho condição financeira para isso. “Colocar o bloco na rua”, então, é apenas tentar conscientizar a massa do tanto de dinheiro que estamos jogando nas contas desse tipo de pilantra, enquanto passamos diversas necessidades mais básicas do que ir a Paris. E eu faço esse tipo de coisa desde que vim a este mundo já deturpado.

Desde antes de poder votar, eu já agitava pelas ruas pedindo justiça em vários âmbitos. Não mudei nem vou mudar em função de eleição. Mudo, sim, quando conseguirmos colocar pessoas decentes nos três poderes e pudermos dormir tranquilos sabendo que nossos REPRESENTANTES estão trabalhando POR NÓS, não pelos bolsos e bem estares deles.

Diante disso, tenho ainda os resquícios dos gastos “mobilizados”. Sim, senhores, porque por mais bonita que seja minha causa, o dono da gráfica vai continuar me cobrando pelo adesivo. Vai continuar me cobrando pela cópia da cartilha explicativa. Vai continuar me cobrando a camiseta confeccionada para divulgar a causa....enfim, eu posso estar trabalhando de graça (não é de graça, uma vez que o benefício de um país melhor é meu também, mas vamos deixar assim), mas não posso contar com o fato de mais gente também não cobrar dinheiro por qualquer esforço.

“Bota dezinho aqui”, “bota cinquentinha ali”, a candidata aqui já acumulou algo aproximado a 60 mil reais (ao longo da vida toda, nem é muito) de “prejuízos” com ações sociais e de mobilização para tentar melhorias que só se realizarão com a participação massiva do contingente populacional. Independente dos resultados conseguidos com esse investimento, vem agora a minha questão: se eu pegasse esses mesmos 60 mil reais e investisse em me promover, eu não poderia aproveitar melhor esse dinheiro, uma vez que fica mais fácil me eleger e fazer MUITO quando estiver lá? Até poderia pensar nisso, se não fosse pura utopia.
Se eu pegar esses 60 mil (que não tenho) e investir em publicidade, posso ser eleita? Posso! Mas não vou! Esses 60 mil e nada, eleitoralmente falando, são quase a mesma coisa. É! Dinheiro demais para uns, nem trocadinho de chiclete para outros.

Quanto custa, então, uma campanha eleitoral? De novo, depende muito, mas para eleger efetivamente o cidadão? Muito mais do que os 60 mil. Vou colar aqui, algumas “promoções” que recebi como candidata, de itens de campanha:
PLACA 1X1 -EM PLASTICO - 10.000 MILHEIRO
PLACA 1X1 EM LONA - CUSTO UNITÁRIO - R$ 17,50
PLACA 2X1 EM PLASTICO - 19.800,00 O MILHEIRO
PLACA 2X1 EM LONA - CUSTO UNITÁRIO 29,00
PLACA 2X2 EM LONA E QUADRO EM METALON - CUSTO UNITÁRIO - 95,00
ADESIVO PERFURADO - 17,00
PLOTAGEM DE VEÍCULO - R$ 330,00
TRIPE 2X2 EM LONA COM METALON - R$ 230,00
BONECO EM PS DO TAMANHO ORIGINAL DO CANDIDATO - R$ 140,00
BANDEIRA 90X140 - R$ 27,00

Só gráfica, aqui, hein. Teria que ser a parte mais barata (e é). Se um adesivo daqueles de vidro traseiro do carro custa esses trezentos e poucos reais, já conseguiram imaginar quanto não se paga por um filminho de um minuto na TV? Quanto se paga por um “showmício”? 
Andei cotando, há tempos (um ano, mais ou menos), cachê de artista musical para show de uma hora, em ambiente fechado, com o repertório do artista (sem qualquer exigência) e todas as mordomias como alimentação especial, toalhinha especial, isotônico especial que só se encontra na venda do Zezinho na curva do rio desconhecido dos cafundós da região Serrana e, mesmo que você dê TUDO que o artista exigir, para que ele toque uma hora em algum evento seu, o menor precinho que recebi foi 25 mil reais. Se tiver que falar o nome do político que está pagando, quem aceita ainda cobra bem mais caro.

Jingle? Custa dinheiro?
Site? Custa dinheiro?
Foto tratada?
Cabelo?
Maquiagem?
Pessoa para fingir que vota em você de graça e entregar seu panfleto... ?

Já escutei mais de quinze vezes, esse ano, que uma campanha custa um milhão. Eu, sinceramente, não sei o que É um milhão de reais! É mais dinheiro do que eu já tive contato na vida. Será que chega nessa cifra? Não sei se chegamos a gastar um milhão, mas pelos gastos que citei, dá, pelo menos, para perceber que com aqueles 60 mil não se faz muita coisa numa campanha eleitoral, correto?

Então como é que eu posso conceber a idéia de gastar esse tipo de quantia para tentar ser eleita, se eu já provei a mim mesma durante a vida toda, que há inúmeras maneiras melhores de se investir dinheiro? Se eu investir um milhão de reais em qualquer uma das causas que considero fundamentais para o desenvolvimento de nossa nação, essa causa não será muito mais bem sucedida do que a minha passagem pela Câmara dos Vereadores? Tudo bem! Podemos diminuir a cifra e deixá-la mais adequada à realidade da maioria: se eu pegar cem mil e decidir investir esses milhares de reais para me promover, não estarei deixando faltar alimento na mesa de alguém que está desempregado e batalhando há mais de um ano? Não estarei deixando crianças tristes por acharem que são ruins e não merecem ser visitadas pelo Papai Noel? Não estarei deixando de investir em saúde para todos? Educação para todos? Segurança para todos?

Se eu posso mandar confeccionar um panfleto dizendo “vote em mim porque eu tenho planos assim...”, não poderia mandar confeccionar a mesma quantidade de material para promover, por exemplo, a doação de medula óssea? Se eu investir em um adolescente genial, não será ele a descobrir a cura para a AIDS, por exemplo? Cem mil reais que não fazem muita diferença eleitoral, podem pagar uma graduação inteirinha em Medicina. É mais importante eu ser vereadora ou formar um médico?

“Discussão circular”, ou “você não vai a lugar nenhum com essa mentalidade no Brasil”? Pode ser! Mas eu prefiro circular ou viajar por águas que me deixam tranquila, do que fingir que o melhor investimento para o bem comum sou eu! Acho muita pretensão!

Ainda humilde,

Filhinha de Papai

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Campanha pode ser sem campanha?


Estou em campanha eleitoral. Estou?

Deveria estar, uma vez que estou candidata a um cargo de veradora pela cidade do Rio de Janeiro. Tenho sido duramente questionada por não estar distribuindo panfletos, afixando placas, divulgando incansavelmente minha carinha e propostas pelas Redes Sociais, saindo para ações de “corpo a corpo” ou mesmo divulgando que estou candidata entre aqueles que me conhecem como voluntária de ações sociais. 

Pois eu tenho, de acordo com os meus valores, motivos bons para justificar cada uma das minhas “faltas de ação”. Pode parecer falta, mas eu estou agindo, de maneira diferente.

- Por que não distribuir panfletos?
Porque você pode escrever vinte vezes naquele panfleto que gostaria que as pessoas, ao descartarem depois de ler, jogassem apenas nos lugares destinados a lixo, que elas vão continuar jogando grande parte deles nos chãos das ruas. Depois, além do problema visual, temos problemas com acúmulo de poluição e galerias entupidas, e o candidato vai poder dizer que não colaborou sujando? Na minha concepção, não vai!

- Por que não afixar placas?
Eu não me acho nem um pouco mais bonita ou interessante do que as paisagens da cidade. Eu, particularmente, prefiro andar pelas ruas vendo apenas o que faz parte daquilo, e não a carinha dos candidatos, gostando deles ou não, afixadas por todas as partes. Se eu prefiro a cidade sem as placas, como poderia me utilizar desse recurso para me promover? Não crie para os outros o incômodo que você não queria para você. Não é assim que as coisas funcionam de maneira mais agradável?

- Por que não divulgar incansavelmente minha carinha e propostas pelas Redes Sociais?
É verdade que eu acho que não temos o direito de não acompanhar política, uma vez que nosso voto ainda é obrigatório. Entretanto, para acompanhar política, não acho necessário abrir o seu Facebook e dar de cara com fotos e mais fotos e avatares, de candidatos que você nem gostaria de ter visto, porque aquele seu amigo que era apartidário até ontem, foi contratado por uma equipe de campanha e agora ganha para postar a foto do cara que você mais detesta na política nacional na sua Timeline (agora, com essa história de Timeline obrigatória do Facebook, tudo ficou mais exposto ainda). Muita gente ainda abomina qualquer menção ao assunto política, se colocada diante de seus olhos. Assim como eu tenho verdadeiro PAVOR de gente que usa Rede Social para tecer comentários sobre programas televisivos ridículos, mas não posso exigir que meus contatos sejam como eu.  Se o "BBB" e “A Fazenda” deles me incomodam, não é por isso que vou incomodar forçando política goela abaixo de quem se recusa.

- Por que não sair para ações de “corpo a corpo”?
Sou da opinião de que para que tenha uma proposta para assumir qualquer cargo político, o candidato precisa saber o que precisa fazer e o que pode ou não fazer, antes, muito antes de pensar em se candidatar. Ora, ideal não seria que fossem candidatos aqueles que tivessem reais propostas de mandato? Reais propostas de mandato não se constróem nessas visitas de candidatos a locais por eles ainda desconhecidos. É possível ouvir o eleitorado e ter idéias? Sim! Mas a base de sua candidatura tem que ser construída antes do seu registro como candidato. Então, durante a campanha, o trabalho é mesmo de divulgação, na verdade! Não de interação entre candidato e população. Essa, para mim, se faz todos os dias. As minhas propostas, por exemplo, não têm nada de regionais, então, como poderia visitar uma população  de um local específico que ainda nem conheço, e ser sincera ao dizer que vou fazer alguma coisa para aquela população daquele local específico? Parece demagogia, não?

- Por que não divulgar entre aqueles que me conhecem por meus trabalhos sociais?
Porque seria me aproveitar de atos que pratiquei porque o poder público não dá conta de atender às necessidades da população, para divulgar que quero entrar no poder público. Sinceramente? Eu não tenho capacidade (e duvido que qualquer candidato a vereador tenha) de dizer às pessoas beneficiadas por trabalhos de voluntários, que elas vão deixar de precisar de voluntários porque o poder público vai garantir suas necessidades. Não vai! Como eu posso garantir às crianças que já presenteei como voluntária de ação social, que elas vão ter pai e mãe com situação econômica melhor do que têm hoje? Como eu posso ter a pretensão, como vereadora, de garantir igualdade social e erradicação da pobreza? Isso é plano para anos de governo federal aliado ao estadual e municipal. Pode então, um vereador, se valer desse tipo de promessa e esperança? Não acho que sim.


Não! Eu não sou nenhuma espécie de ser humano modificado em laboratório que não pense muitas vezes no próprio benefício. Mas não achei, pelo menos até hoje, válido trair meus princípios colocados acima para garantir uma cadeira no poder. Ainda vou escrever mais sobre o dinheiro envolvido nesses processos, também. Por hora, esclareço que continuarei trabalhando pela melhora do Rio de Janeiro, empossada ou não, durante todos os dias de minha vida. Seria mais fácil trabalhar por isso se eleita? Sim! Sem dúvida. Mas minha paz de espírito estaria tão garantida, se assumisse que são meios para chegar onde gostaria? Nem tanto! Prefiro, se chegar, chegar do jeito que acho mais bonito, ou não chegar!

Agradecendo pelos muitos apoios que venho recebendo, mesmo com todos os obstáculos que acabei impondo à minha própria candidatura, e dizendo por isso que já venci,

Filhinha de Papai

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Voto nulo é remédio ou lenda?


Continuando pelo período eleitoral, quero falar sobre uma questão que vem à tona nas Redes Sociais todos os dias, além do que escuto pelas ruas: o voto nulo.

Discorre a lei eleitoral sobre o voto nulo, no artigo 224 da lei 4737/65, conforme segue:
“Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente nova eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados.”

Problema no “front” número 1: já ouviram falar de Jurisprudência? Então! Ela é um dos mecanismos que faz parte dos fundamentos da decisão jurídica. E um dia, o TSE acabou decidindo por uma interpretação da lei acima, que não mais deixa margem para que tentemos usar o voto nulo! A nulidade compreendida pelo TSE é por FRAUDE! Então, olho vivo! Para que você anule efetivamente seu voto, é preciso que você vote num candidato IMPEDIDO!

Sim, senhores! Prometo que é assim que funciona e qualquer um que utilizar o “tio Google” com cuidado vai perceber que estou certa. Não é legal confiar no seu amigo do Facebook. Mas você pode consultar os processos, as decisões do TSE e a Lei 4737/65 e ligar seus pontinhos.

Ainda no Facebook, um primo, tentando me contrariar sobre este assunto, postou a seguinte informação:
“I - deve o Tribunal Eleitoral proclamar eleito o candidato que obteve a maioria dos votos válidos, não computados os votos em branco e os votos nulos, quando não houver candidatos com registro indeferido, ou, se houver, quando os votos dados a esses candidatos não forem superiores a 50% da votação válida; 
II - não deve o Tribunal Eleitoral proclamar eleito o candidato que obteve a maioria da votação válida, quando houver votos dados a candidatos com registros indeferidos, mas com recursos ainda pendentes, cuja nulidade for superior a 50% da votação válida, o que poderá ensejar nova eleição, nos termos do art. 224 do Código Eleitoral;
III - se a nulidade dos votos dados a candidatos com registro indeferido for superior a 50% da votação válida e se já houver decisão do Tribunal Superior Eleitoral indeferitória do pedido de registro, deverão ser realizadas novas eleições imediatamente; caso não haja, ainda, decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não se realizarão novas eleições;”



Retirado das mesmas fontes, as publicações da Lei Eleitoral, o texto acima também faz parte do Código. E é ele mesmo que fecha a questão da nulidade. Segundo o artigo acima, nulos são os votos que damos aos candidatos IMPEDIDOS! Existem candidatos que se mantém fazendo campanha enquanto seus processos estão sendo julgados. Estes, às vezes, acabam entrando na listagem no carregamento da urna eletrônica. Se você encontrar um DESTES candidatos e conseguir votar nele, aí sim, seu voto, se a candidatura dele continuar impedida, será anulado. Caso contrário, voto nulo conta como voto branco, não válido, fora da contabilidade que nos interessa.

A prova? Documento do site do próprio TSE. Basta ler com atenção e fica tudo claro. E esse link é oficial: http://www.tse.jus.br/arquivos/tre-ms-artigo-sobre-votos-validos

Espero que estejam satisfeitos com minha explicação. Se não, procure o jurista mais próximo e se informe! Mas não saia por aí fazendo caca eleitoral porque seu amigo do Facebook te disse que era descoberta da lâmpada!

O voto nulo, hoje, serve para uma única coisa: tirar o peso da SUA responsabilidade dos SEUS ombros e jogar nos ombros de quem tem paciência para pesquisar Política!

Com fé nas responsabilidades nos lugares certos,

Filhinha de Papai 

Ah! O período eleitoral...


Hoje vi uma iniciativa do Estadão, colocando um repórter disfarçado, sendo candidato a verança na cidade de São Paulo. Ele pede que não votem, afirma que não vai fazer campanha e deixa claro que seu objetivo não é chegar à Câmara Municipal. Promete, entretanto, revelar os “bastidores” das campanhas eleitorais.

Legal! Vou acompanhar a série, mas já adianto: não tem “segredinho de bastidor” , não! A vida partidária é bastante parecida com a nossa vida real e qualquer um que não demonstre claros sinais de desequilírio mental que ameace a vida alheia, pode ter acesso a toda a “limpeza” ou “sujeira” da política. Basta querer saber!

Não vou plagiar o repórter do Estadão, não vou revelar “bastidores obscuros”, mas há muito estou tentando tempo para retomar o blog, até para dividir com todos as minhas estranhas idéias sobre campanha, cargos minoritários e majoritários, política partidária e, principalmente, a tão sonhada Reforma Política que o brasileiro tanto cita.

Alguns tabus, porém, eu mesma já venho derrubando pelas ruas, ao conscientizar as pessoas de que qualquer um pode ser candidato a qualquer cargo, nos moldes atuais, mesmo sem milhares de eleitores como garantia ou ainda, sem milhares de REAIS como garantia! A vida não será igual para todos com essas diferenças, mas elas não impossibilitam a população “comum” de chegar ao lugar que uns tanto louvam e outros só xingam: o de empossados na política brasileira.

Ao mesmo tempo, acho de suma importância que o brasileiro compreenda que no poder, estão os representantes que NÓS escolhemos, que eram iguais a todos nós antes de serem escolhidos! Se temos um problema com aqueles que costumamos tratar como deuses, porque NÓS demos um cargo a eles, não será, a primeira responsabilidade por todo mal, nossa?

A candidata que “vos posta”, então, vai revelar o que qualquer pessoa que ler este blog quiser saber sobre a candidatura ou o funcionamento da política por aqui, no Rio de Janeiro. Não participo de aplicativos que permitam perguntas, mas tenho o hábito de responder a todos os e-mails que me enviam. Se alguém quiser saber algo que eu saiba, basta comentar aqui ou enviar um e-mail para mim, no eusoukarina@gmail.com.

De resto, vamos continuar num esforço coletivo de fazer com que as pessoas raciocinem um pouco além do que são induzidas a raciocinar! Uma de minhas professoras tem muita preocupação com isso e eu acho muito interessante da parte dela: ela tenta nos treinar para sermos advogados ESPERTOS. Esperto significa malandro? NÃO! Espertos no sentido de fazermos as conexões que interessam ao nosso trabalho, à nossa vida!

Como costumo convidar: vamos todos começar a fazer mais ligações de pontinhos e continhas de soma simples?

Com muito mais a falar,

Filhinha de Papai