Rio de Janeiro, 05 de Fevereiro de 2012, Copacabana, 39 graus.
Eu e mais dois mobilizadores, depois de termos passado uma semana anunciando que estaríamos por ali, para divulgar e colher assinaturas para a campanha #euvotodistrital (conheça em www.euvotodistrital.org.br), passamos a manhã ali mesmo, sozinhos! Um deles, inclusive, recuperando-se de uma gripe.
O plano era tirarmos fotos das pessoas interessadas pelo movimento, talvez entrevistas com a opinião de quem quer aderir ou aderiu à causa, registros do sucesso da ação. Foi possível? Não!
Três voluntários, uma faixa de PVC com dois cabos, para poder ser carregada pelas ruas por duas pessoas, duas mil cartilhas explicativas para conscientizar a população, 20 camisetas do movimento, a serem vendidas a 20 reais cada, para tentarmos recuperar um mínimo dos gastos que tivemos com todo este material de divulgação...e tudo isso, para ser gerido por TRÊS voluntários.
Três pessoas envolvidas com as questões sociais e políticas que assombram nosso País. Sem MÃOS suficientes para carregar todo o material e divulgarmos a causa, precisamos contar com a ajuda de um poste de semáforo e um pedaço de barbante doado pelo ambulante, para amarrarmos a faixa de um lado, e livrar um dos voluntários. Mesmo assim, quem tiraria fotos e faria entrevistas?
Nós três, guerreiros que somos, estávamos ali fazendo nossa parte. Com muita educação, polidez, elegância e respeito por todos. Porém, nós mesmos, os guerreiros pela melhora do País que é de todos, incluindo dos que nos dispensaram sem um olhar, fomos tratados como um grande incômodo pela maioria da população que ali passava.
Nós apenas entregávamos a cartilha, sem dizer nada? Não! Nossa abordagem era clara: “Com licença, será que poderíamos apresentar nossa causa, para melhorar o sistema eleitoral brasileiro?”...e como a sentença descrita é enorme, na última palavra, eu já estava tendo um ataque de asma, porque a pessoa correu para não ter que me ouvir!
No ápice da falta de interesse brasileira, abordei um cidadão (? Será?) que deveria ter entre 22 e 30 anos, no auge da vida profissional, que deveria estar preocupadíssimo com a atual situação do País, com a seguinte frase: “Oi! Posso te apresentar um dos planos para melhorar o Brasil?”. Resposta? “NÃO!”, sem um olhar, sem olhar para trás, sem ter qualquer complexo por ter sido negligente com sua própria nação!
Nós, os soldados de ontem, voltamos satisfeitos! Não detectamos nenhuma cartilha jogada no chão dos arredores. Vitória! Meu maior medo era ser ignorada e ainda poluir a cidade. Tomei conta disso com carinho, leitores, prometo!
Foram só derrotas? NÃO! Absolutamente! Na minha concepção, pelo menos, se conscientizei UM e consegui UMA assinatura para a causa, fico feliz! Persuadir é muito difícil. Muito mesmo! E conseguir é, em minha opinião, uma vitória sensacional para a causa!
Fico feliz, também, pois fui ouvida com interesse e motivação por sete pessoas! Debatemos, tirei dúvidas, percebi que gostaram da mudança proposta e, no fim de tudo, alguém nos parabenizou.
Eu vivo de massagem no ego? Não! Mas é balsâmico, num dia de tantos “Não, obrigado!”, ouvir “Parabéns pelo trabalho!”
Apartidário, financiado pelo nosso bolso! Nosso, sim! Dos voluntários!
Eu, sinceramente, não lamento por mim, nem por meus queridos amigos que estavam lá, nem pelas pessoas, até de Portugal, que se interessaram em SABER da causa.
Agora, você, que passou por mim ontem e se recusou a LER MEIA FOLHA A4, para tentar entender uma proposta para Reforma Política para um Brasil que não está nem um pouco bom para você: Que você continue gastando trinta por cento, em média, do seu salário, em impostos que vão diretamente para o bolso dos corruptos! Você MERECE!
Entendo que ser ignorante garante sua felicidade, ó pobre desatento! Mas não conte comigo para torcer por você. Porque se eu estou sofrendo com o atual desgoverno, a culpa é sua e você deveria pagar minhas contas!
Independente se as pessoas só querem saber de Carnaval, eu vou continuar querendo saber de #euvotodistrital!
Com orgulho, desde que entreguei o primeiro folheto e colhi a assinatura de Dona Eva, ambulante vendedora de Coco Gelado, despeço-me,
Filhinha de Papai
Guerreira!
ResponderExcluirFantástico, guria. Mais alguns - nem precisam tantos - como tu e este país seria muito melhor!
ResponderExcluirParabéns!
Parabéns!!!!!!!! Não deixe que os conformados acabem com a tua garra e força ... continue na tua caminhada...
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