Estou há dias para soltar esse post. Vou aproveitar que
bateram no Frejat pelo assunto e vou esclarecer a minha opinião:
Sou a favor da legalização de drogas, hoje ilícitas no
Brasil? Não! Não mesmo e meus amigos íntimos que conhecem todo e qualquer “podre”
meu sabem que é verdade! O que uso, usei ou vou usar, não deve refletir na
minha posição POLÍTICA! Não permito que
reflita.
Uso drogas? SIM! Como a maioria do brasileiro. “Como assim?
Sua drogada! Eu não sou uma drogada como você!!!”. Tem certeza? E o
anticoncepcional que você engole bonita e sorridente todo dia? Não se chama
DROGA, também?
Viva a grande hipocrisia empresarial brasileira!
O Frejat tem razão? Não acho, de todo. Ele está, ao que me
parece, com a idéia do tipo do Fernando Henrique Cardoso, que eu acho romantismo
puro, de que a força policial brasileira vai se concentrar melhor no combate ao
grande traficante, se puder se preocupar menos com o pequeno usuário (e este
merece só tratamento). Discordo e ouvi um grande argumento do candidato à
prefeitura do Rio pelo PSDB, Otavio Leite, que disse “se o produtor PUDER
plantar maconha, ele vai preferir plantar maconha ou arroz? Acho que maconha dá
mais dinheiro, não?” ...algo assim. Peço desculpas ao candidato se não foi
isso, mas eu apenas ouvi e não anotei. Fato é que Brasil não é Holanda! E ele
tem toda razão em argumentar que se a maconha for liberada neste país, vai
virar um “samba do crioulo doido”. Nesse ponto, nosso problema não é químico, é
educacional.
O que eu vejo de mais “podre” nessa história toda? A minha
gaveta!
Eu tenho em casa, de maneira LEGAL, com apoio
Constitucional, material suficiente para matar de overdose de drogas uma manada
de elefantes! Como? Simples! Comprei na farmácia, como sugeriu Frejat que seja
feito com maconha e cocaína. Algumas dessas drogas que tenho, inclusive, “dividem”
ingredientes de suas fórmulas com esses vilões que conhecemos por serem
ilegais. Tem Químico lendo esse post? Vai saber que não estou mentindo!
Farmacêutico? Médico? Quem vai me contrariar com base científica? Duvido! Sou
paciente psiquiátrica há 15 anos e meu médico não mora comigo nem me filma
durante as 24 horas do dia, para saber se tudo que já me foi receitado ao longo
desses anos, foi tomado da maneira correta e por mim. Como garantir? E de posse
disso, eu já poderia ter me tornado uma traficante de medicamentos há muito! Só
a quantidade de amigos que já me pediu comprimidos de Rivotril
(benzodiazepínico, tarja preta, pode causar vício....e daí?) já fica incontável
com meus 20 dedinhos! São criminosos, meus amigos? Pela nossa lei, não! E se eles
tivessem me pedido, em vez de Rivotril, dois gramas de maconha, cada um?
Tem alguém disposto a falar sobre bebida alcoólica? Tão
legal quanto a mortífera nicotina, em nosso Brasil? Alguém conhece, baseado em pesquisas
científicas, qual a substância mais viciante do MUNDO? Como viciada que sou,
informo: NICOTINA! Ninguém ganhou dela até hoje, no nível de desespero
detectado nos ratinhos cobaias. Mas essa eu compro aqui na porta de casa, com
respaldo governamental. Álcool, então! Restaurante usa na culinária sem nem avisar e fica tudo
bem! Mas tem uma tributação absurda em cima! Então pode.
Quantas famílias você conhece, que foram verdadeiramente
destruídas por conta do vício por bebidas alcoólicas? Essa conta é assustadora!
Nunca escutei de ninguém a resposta “nenhuma”. NUNCA! Mas beber, no Brasil,
pode e tem até marketing para estimular!
Meu pai? Morreu de fumar. Meu tio? Morreu de beber. Meu
sogro? Morreu de fumar. Meu tio materno, morreu de beber. Meu vizinho? Morreu
de fumar. O pai do porteiro? Morreu de beber...
Eu conheço, você conhece, seu parceiro conhece, seu amigo
conhece....todos nós conhecemos tragédias imensas intensificadas pelo uso de
álcool (chega de cigarro, nesse post). Quantas ocorrências policiais o álcool
produz? Em casa, porque bebeu e ficou violento com os filhos, no trânsito,
porque bebeu e dirigiu, nas ruas, porque bebeu e quebrou o bar...
“Tem razão! Então legaliza tudo”. Tá! Mas como eu disse
anteriormente, Brasil não é Holanda! E se você acha que a Holanda é um super
país desenvolvido que, por acaso, deixa acontecer um “oba-oba geral alucinógeno”
pelas ruas, está redondamente enganado quanto à segunda parte!
Por que Amsterdam (não Holanda inteira! As portas se
fecharam e quem mantem a venda para turistas é a capital, apenas) vende maconha legalmente? A California? A
Austrália? O recente Uruguai?
Simples: cultura! Que louva a Educação e o respeito ao
próximo. Vamos conseguir no Brasil? Acho mais fácil eu me transformar numa
lagartixa.
Nesses lugares, existe controle sério estatal sobre onde se planta, quanto
se planta, como se planta e se trabalha com, quem distribui, quem vende e quem
consome. A população também colabora, e na falta de força policial, vai ela
esclarecer e reclamar para o desavisado que aquilo ali não é “casa de mãe Joana”
e que não se pode acender seu baseadinho no meio da praça cercado de
criancinhas. E se o brasileiro se deparar com uma cena de um ilegal de baseado
aceso no meio de uma pracinha com quinze criancinhas em volta? Se conseguir
enxergar, vai passar reto. Se não for usuário, vai sair reclamando para si
mesmo. Se for, não vai nem achar ruim! Mas alguém vai ter “peito” para abordar
o usuário e dizer que está chocado com aquela contravenção no meio da rua, sem
qualquer pudor? Os 10% da população que me acompanham sendo chamados de “sem
noção” ou “loucos” por defenderem sozinhos seus direitos, talvez reclamem e
aguentem as consequências sozinhos. O
resto, prefere “ não se aborrecer”!
Eu usei aspas para “não se aborrecer”, porque a frase que
ando escutando com frequência, para justificar um comportamento pusilânime
comum, é “eu não quero me aborrecer!”. Você não se aborrece, mas o resto do
mundo quebra essa para você!
Esses lugares que citei, onde o uso de canabis sativa, ou
maconha, é legal até certo ponto, são lugares com centenas de anos de cultura
diferente da nossa. Grande parte da ordem pública desses lugares, é mantida com
o cuidado da própria população. Em contrapartida, no Brasil, só não se faz se
for ilegal e se tiver perigo da polícia pegar. Caso contrário, não interessa se
é certo ou errado, mas se ninguém capaz de punir estiver por perto, a população
VAI fazer!
Já estacionou em local proibido, sabendo que era proibido?
Já entrou numa rua e percebeu que era proibido entrar ali com seu carro, mas
continuou indo? Já pendurou uma toalha na varanda do seu apartamento, mesmo com
o estatuto do condomínio te pedindo para não fazer isso, porque seus vizinhos
todos penduram e você cansou de ser educado sozinho? Então! Aqui, basta o primeiro fazer a “caquinha” e, precedente
aberto, vamos correndo burlar as leis! Nessas circunstâncias, é que digo que
acho mais fácil eu me transformar em lagartixa do que termos organização para o
consumo e trânsito de drogas alucinógenas.
Só que, já que quase tudo é proibido, gostaria muito que o
brasileiro acordasse para a grande hipocrisia: você bebe sua cervejinha? Então
não reclame do mal à saúde que faz o baseadinho ilegal do outro! Não é porque
não interessa aos nossos líderes liberar um e proibir o outro, que você está
sendo um bom cidadão evitando o ilegal! Você está jogando o jogo dos
manipuladores com péssimas intenções, achando que está livre de culpa. Se tomar
UMA atitude que te cause arrependimento e achar de justificar que foi a bebida
que te levou a isso, você é pior do que o maconheiro que escondeu o baseado na
cueca: ele teve vergonha e disfarçou! Você arrumou uma desculpa porca!
Se o médico receita um medicamento que pode causar vício e
alucina e isso é legal, não pode o mesmo médico receitar uma substância
viciante e alucinógena, só que não legalizada e não tributada e comissionada
pelos grandes laboratórios? Será que não tem dedo de laboratório farmacêutico
nessa conta, também?
Sempre pensando nas grandes conspirações,
Filhinha de Papai
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