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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Onde deveria haver técnica e competência, há Política!

Política s.f. – Ciência do governo dos povos./ Direção de um Estado e determinação das formas de sua organização./ Conjunto dos negócios do Estado, maneira de os conduzir./ Fig. Maneira hábil de agir; astúcia; civilidade.
Fonte: Koogan/Houaiss, Enciclopédia e Dicionário Ilustrado, 1994.

Começando o post com o significado literal da palavra “Política” por quê?

Em primeiro lugar, tenho a impressão de que as pessoas naturais do Brasil esqueceram, ou optaram por ignorar, os sentidos da “Política”, enquanto substantivo feminino. Enquanto isso, usam em demasia o sentido figurado, também citado acima, onde “Política” é apenas a “maneira hábil de agir; astúcia”, porque a “civilidade” se foi há muito!
Além disso, ela não é uma Ciência comportamental! Teoricamente, deveria tratar do interesse dos povos. 

Mas o sentido figurado é muito pesado, muito forte e, principalmente, muito conveniente!
Comecei prolixa, mas quero chegar ao seguinte ponto: por que trocar TÉCNICA por POLíTICA?

Hoje, nosso País, em relação às contratações de empregados para as empresas públicas, funciona da seguinte maneira:
Existe a presença de funcionários de empresas prestadoras de serviço. Estes, não concursados, são de responsabilidade das prestadoras, e não da empresa pública;
A maioria dos funcionários passou por Concurso, sendo os melhores colocados em relação aos resultados de suas respectivas provas;
Cargos em comissão, às vezes, são ocupados por concursados, ou ocupados por indicados pelos Ministérios, Diretorias e Presidências.

Entendido? Então, os fatos que me incomodam (e deveriam incomodar ao brasileiro em geral):

Sérgio Machado, presidente da Transpetro, ex-PSDB e “afilhado” de Renan Calheiros, não concursado;

Marcos Vinícius Ferreira Mazone, presidente da Serpro, não é concursado. Veio de empresas da área (pelo menos), do Rio Grande do Sul;

Wagner Pinheiro, presidente da Empresa Brasileira de Correios, é ex-presidente da Petros, fundo de pensão da Petrobrás. Não tinha relação com os Correios;

Gustavo do Vale, presidente da Infraero, é ex Banco Central, não tinha relação com aviação, além de ser Diretor de Liquidação, do Banco;

Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ex-diretor do Grupo Santander, também não é concursado.
.....

Gente, se eu for citar cada presidente de empresa pública da União que não é funcionário de carreira, ou seja, concursado, eu vou passar mais uns dez dias aqui, explicando o que, para mim, não tem muita explicação!

Por que é que para você ser presidente de uma empresa privada você tem que ter, geralmente, muitos e muitos anos de casa, ou ser dono dela, e para as empresas públicas, que operam com o dinheiro que sai do meu, do seu, do nosso bolso, os “bonitinhos” podem ser o “Zé da Esquina”?

Não que na listagem de presidentes, diretores e até assessores, não haja muita gente competente. Há, ainda, a ilustre presença de muitos dos melhores protagonistas das situações econômicas mais duvidosas pelas quais o País já passou. Mas, senhores, vamos e convenhamos, é ilógico!

Se o cidadão constrói um plano de carreira, ele deve ter pretensões a cargos maiores do que o inicial. E não é muito legal saber que você, por mais que trabalhe, seja brilhante, se esforce, mostre resultados, só vai chegar até um determinado patamar, porque a partir dali, não interessam seus adjetivos técnicos. Interessa apenas a sua habilidade de negociação!

O que eu queria provar? Que é exatamente aí que a técnica se perde a política entra, num lugar onde ela não deveria reinar absoluta!

É preciso talento no trato e nas negociações para ser um alto dirigente empresarial? Sim! Mas, ao pensar no melhor político, o Brasil está deixando de lado seus melhores técnicos, e, principalmente, as pessoas que têm mais amor às instituições.

Toda criança que tenha um mínimo de contato com mídia, já conseguiu aprender que o vínculo emocional é importante para que o funcionário colabore mais com a instituição.

E onde o dinheiro público nasce, cresce, se desenvolve, e gera o início da movimentação dos NOSSOS recursos, estão colocando o “amiguinho”, o “compadre”, a “pessoa de confiança”.

Confiança é um item importante para a gestão? Sem dúvida! Mas qual o nível de envolvimento com a instituição vai conseguir ter um presidente que assume o cargo por um ano, dois, três... Empresas de grande porte, com complexidades administrativas diversas, sendo geridas por pessoas que chegaram ontem, e vão embora amanhã.

O pior de tudo? A LEI respalda o comportamento.

E nós, perdemos nosso tempo discutindo os “pelos dos ovos”, ao invés de abrirmos nossos olhos e pedirmos a obrigatória prestação de contas desse povo todo! Se o dinheiro é meu, o funcionário também é meu! E eu deveria acompanhar o desempenho dele.

Vamos começar a vigiar?

Inconformada, mas enérgica,

Filhinha de Papai

2 comentários:

  1. Pois é,Filhinha!A gente estuda,a gente até passa,mas não é convocada!Que coisa,não?Mas ainda resta um pouco de esperança,apesar dos pesares...

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  2. Olá, filhinha... Vamos por partes, como se come um CBG [chocolate branco da GALAK.kkkkkkk
    1º POLITICA, etimologicamente é a discussão - por todos - dos problemas em busca de soluções em prol do bem comum, da melhora da comunidade. O que se tem no Brasil é PARTIDARISMO e em nível bem rasteiro FANATISMO. Quando se perde o IDEALISMO, perde-se a identidade e, por conseguinte, a DIGNIDADE e a HONRA.
    2º CONCURSO PUBLICO, eu sou positivamente CONTRA. Nos moldes do que temos hoje - fábrica de imperitos, despreparados e preguiçosos que se usam de licenças e férias -, com um atendimento ao cidadão de péssima categoria. O próprio funcionalismo tratado o PATRÃO - o povo - como empregado.
    3º CONTEXTO DO TEXTO, concordo. Qualquer prestação de serviço deveria ser feita por pessoas técnicas, isso exige preparo e ocasionaria uma disputa saudável entre colegas e, perderia-se a alienação funcional.
    Contudo, existe uma coisa que nao existe no Brasil, a AVALIAÇÃO de conduta. O cidadão e o servidor deveriam ser avaliados um pelo outro. Só assim um se importaria com a opinião - e consequente - entrega da ação procurada de forma eficiente e eficaz.
    O que não existe no Brasil é a competição pela eficácia da ação em equipe. Inclusive nos campos de futebol, paixão de 9 entre 10 brasileiros, percebe-se quando UM TIME JOGA EM FUNÇÃO de um determinado jogador, isso quando acontece dura o tempo exato para o aflorar dos egos e vaidades virem a tona.
    E eis que pinta-se - em verde-anil-amarelo e branco - o cenário atual do Brasil.
    Desculpe-me pelo jornal, mas quando vejo textos bem estimulantes me perco em letras.

    Jocass da Onça

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