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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Proposta 5: Porque ninguém gosta de vira lata!

Sim, senhores! Está na moda dizer que é "candidato dos animais" e mais na moda ainda, pedir hospital público para animal!

Moda, em voga, completamente atual, o assunto do abandono animal e dos maus tratos finalmente chegou às Redes Sociais e agora todos os dias eu vejo umas 8 fotos de animais diferentes precisando de ajuda.

Antes das Redes Sociais não acontecia?
Claro que acontecia! Eu mesma tive um cão para livrar um amigo dum problema de uma ninhada surpresa antes que ele pudesse castrar a pobre cadelinha. Vamos lá, pegar um labrador, sim, mas adotado!
O cachorro, puro, labrador, filho de mãe "Chocolate" (o recessivo da raça) e pai caramelo (o dominante heterozigoto, menos "seguro" geneticamente que os pretos, que são dominantes). Faleceu aos 5 anos, vítima de câncer.

Hoje eu tenho outro. Um cocker spaniel inglês, que "adotei", porque meu marido e sua ex fizeram a gentileza de comprar um cachorro de raça. Eu não sou contra os cachorros ditos de raça, eu não sou contra NENHUM cachorro! Muito pelo contrário, posso ser considerada uma das "chatas" daqueles protetores, mas eu gosto demais de bicho mesmo! Pronto!
Meu neguinho do coração, Bilbo, tem problemas genéticos. Nada grave, mas tem! Raça pura.
Questão que se fosse eu a colocar um bichinho aqui na minha família, eu teria adotado um vira-lata abandonado. Jamais teria comprado um cachorro controlado geneticamente.

Alguém aí assistiu ao excelente documentário veiculado pelo canal "Animal Planet", do grupo Discovery Channel, intitulado em Português "Os segredos do Pedigree"? É de doer até coração inexistente!
O documentário mostra simplesmente o que estamos fazendo por puro capricho: animais controlados, modificados, forçadamente cruzados entre os de sua própria raça, recebendo esta herança de "raça pura" de gerações e gerações e gerações anteriores. Até que de tanto cruzarem genes sem seleção natural, de raças iguais que tendem a ter as mesmas doenças genéticas, a ganância dos criadores e a loucura dos que se dizem "amantes de animal" mas gastam 5 mil reais num amigo, estão produzindo animais cada dia mais doentes e com doenças cada vez mais graves.

O que seria natural de se esperar de um animal dito irracional? Eles, por instinto de fortalecimento da ESPÉCIE, porque eles não se reconhecem por raça, procuram o parceiro para reprodução que for mais diverso. É natural! Quanto mais diferente dele, o outro animal oferece menos riscos de filhotes doentes e fracos.
Não é lindo? Harmônico? A Natureza agindo como deve e tudo dando certo?

Aí vem o bicho homem, suas maluquices de querer cachorro para mostrar aos outros que é poderoso, ou para dar vazão à própria futilidade, e começa a controlar os bichinhos para ficarem todos iguaizinhos, como se fosse linha de produção industrial, e poder armar estratégias para vendê-los a milhares de reais, enquanto tem uma quantidade chocante de animais tão perfeitos (ou mais, porque são geralmente mais saudáveis geneticamente) quanto os iguaizinhos, abandonados por aí, precisando de cuidados e amizade.

E eis que o cachorro é carérrimo, chiquérrimo, que viajou diretamente da Micronésia, porque a tal "raça" só existe por lá e o cachorro "vale" 15 mil reais. Mas é uma cadela. A pessoa não castrou. Deixou no quintal cercado, mas aquele safado do vira-latinha da vizinha é ágil e passou por baixo do portão! Você JAMAIS imaginou que aquele bicho conseguisse passar por ali, não é? Mas ele está agindo por instinto e VAI entrar! Depois, não consegue sair, justamente porque está satisfeito e menos motivado.

Então, sua cadela de 15 mil reais que é vidrada num vira-latinha, porque ela sabe que é ele que vai garantir a saúde dos filhotes dela, ficou prenhe! E você, agora, está diante de 10 lindos vira-latinhas da sua carérrima cadela. 10 que NINGUÉM QUER (porque, provavelmente, seus amigos são tão elitistas "caninamente" quanto você).
Você, para se livrar do problema, deixa a ninhada inteira na porta da Suípa ou do primeiro abrigo que encontrar. Ou, mais comum ainda, nas calçadas das ruas, mesmo! Mas longe das suas calçadas, claro! Porque você não quer se lembrar que teve esse problema.
Os que não forem mortos logo cedo por inanição, frio, atropelados ou afins, crescerão. E se tornarão o vira lata magrelo que te incomoda porque não sai do seu pé na porta do barzinho maneiro, ou que te incomoda porque você está triste ao ver as costelas dele quase saindo pela pele!

Não gosta de dar de cara com animais EM GERAL (gatos também) sofrendo pelas ruas? Porque você é humano e se entristece por eles ou porque você não gosta que eles te incomodem? Tanto faz! Mas quem alimenta isso é essa indústria. E é aí que eu quero mexer.

A arrecadação de impostos pela prefeitura, oriunda das atividades de criação de animais para venda, é perfeitamente compensável. Praticamente não faz diferença. A arrecadação maior de impostos é de IPTU, porque são áreas grandes. Entretanto, as áreas não vão sumir dali e vamos continuar arrecadando.
Já os serviços prestados e atividade de comércio, pouquíssimo geram para a prefeitura. E o pior: os animais abandonados geram gastos! E quem estimula o abandono é o comércio. Então, vendo que é viável no âmbito municipal, eu gostaria de poder propor a proibição da criação de animais para venda na cidade do Rio de Janeiro (não pode criar e só vender fora da cidade. Não pode criar na cidade com o intuito de vender) e a proibição da COMERCIALIZAÇÃO TODA de animais na cidade do Rio de Janeiro. Exceção para cobaias necessárias aos laboratórios.

Peixes merecem seu habitat natural. Pássaros não devem ser engaiolados em hipótese alguma! Roedores não são bons para crianças alérgicas. Chega de comério de animais! Como diz o slogan da organização "Patinhas Online": "Amigo não se compra: adota!"

Então, não vou propor hospital público, não vou dizer que precisamos fiscalizar assim ou assado quem maltrata os animais (as leis estão aí, já), mas vou, sim, propor proibir toda e qualquer venda!

É crueldade com o animal, é estímulo a desordem social!

Sem medo de polêmica,

Filhinha de Papai



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