Agora vai!
Vou começar explicando, depois vou contar o resto.
Minha vida de “Filhinha de papai” que é um dos motivos pelos
quais o blog leva esse nome, nunca foi exatamente de “Filhinha de Papai”, em
alguns sentidos. Não me faltou nada, mas papai era classe média esforçado e
mamãe professora do Estado de São Paulo.
Eu, sou a terceira e última filha, e nasci 10 anos depois do
segundo. Portanto, eu era mais nova do que quase todos que eu conhecia. Vivi um
mundo mais dividido com os “adultos”, por conta disso.
Provavelmente por este motivo, vi muito, pela televisão, na
década de 80, programas jornalísticos. Que tinham até pouco conteúdo nacional
para mostrar e acabavam passando bastante as situações de fome, miséria e
doença ocasionadas pelas guerras civis africanas. De nacional, tinha muita
imagem de seca no Nordeste, chão rachado sem chuva há meses, crianças doentes,
aqueles índices enormes de mortalidade infantil por desnutrição e doenças
endêmicas que já não existiam no resto do país. Doeu, e lá no passsado, eu já
não conseguia lidar como expectadora com questões como essas, vendo gente capaz de ajudar e sem querer
ajudar.
Virei militante, cedinho! Com 6 anos, praticava
assistencialismo , se querem assim chamar, porque reunia de tudo para quem eu
via que não tinha nada. Com 11, em 1990, passei a me juntar a grupos de jovens
militantes mais velhos do que eu, mas que eu via que estavam lutando por
justiça e decência no país.
Aos 19 (no meu ano com 18 não houve eleição), virei cidadã,
passei a usar meu direito (dever, no nosso caso) de voto. 1998 e eu fui
saltitante e honradíssima votar em Fernando Henrique Cardoso. Tinha lamentado
muito não ter feito isso em 94, por impedimento legal, uma vez que eu tinha só
15 anos. Mas discuti e debati muito com meus pais, irmãos e demais próximos que
podiam votar e me falar sobre política.
Escrevi essa parte, da minha história, para mostrar que se
fiz política, se tentei fazer, se lutei por ela, foi porque nasci na época que
mais produziu mudanças. Sou de 79, início da “redemocratização” e se hoje sou
chamada e tão reconhecida como democrata, deve ser porque eu estava nascendo
enquanto ela estava voltando ao Brasil.
Gritei por “Diretas já”, sim, mas ali eu não posso dizer que
sabia EXATAMENTE o que estava gritando! Mas eu achava que se tanta gente da
população estava pedindo aquilo, era porque nossa vida ia mudar para
melhor.Hoje, estudando mais, percebi que o que me movia muito era a tal “legitimidade”.
Ora, se tanta gente pedia, devia ser o bem comum.
Sem saber que o conceito de comum, morreu antes de eu
nascer!
História contada, eu preciso dizer que tudo isso me moveu
nas lutas que abracei, achando que aquelas causas que eu carregava, ou aqueles
políticos que eu promovia, salvariam nosso povo, devolveriam nosso sentimento
de nação. Errei! Errei de causa, errei de político, errei de método. Mas acertei
muito, também! E vi que acertei mais comigo mesma, quando parei para refletir e
achei a MINHA verdade.
Ex-candidata tentando mostrar ao povo que campanha nos
moldes atuais é nocivo para a nação, protestei muito, mas para isso, eu precisava
duma sigla partidária atrás de mim. Não é possível, no Brasil, ser candidato a
um cargo legislativo ou majoritário, sem fazer parte de uma sigla partidária.
E foi por isso que acabei permanecendo filiada ao partido
que me encantava há muito, o PSDB. Mas minha “briga” interna no PSDB data de
antes dos registros das candidaturas. E se eu estava tão errada em minhas “brigas
internas”, por que foi que ME PEDIRAM (é, me pediram! Não fui eu pedir para ser
candidata, não! O partido precisava de mim por conta da idiotice de cotas de
30% para mulheres) para ser candidata? Eles sabiam que eu estava chegando bem perto do meu limite com o que condeno no PSDB: protecionismo interno.
No dia 8 de Outubro, um dia depois das eleições municipais,
aquela que estava candidata e perdeu (feio para uns, porque fiz só 79 votos,
mas bonito para mim, porque 79 votos sem campanha e sem gastar UM real, não é
para qualquer um), apresenta ao TRE do Rio, ao presidente nacional do PSDB e ao
presidente do diretório municipal do PSDB Rio de Janeiro. Seu pedido de
desfiliação.
Parece que eu estou pedindo desfiliação porque estou magoada
com o partido porque eu fiz só 79 votos, não é?
Compreendo perfeitamente quem pensa assim e não condeno! EU
estou dando motivo para este tipo de raciocínio. Mas ontem, 09 de outubro,
junto com a publicação da imagem da carta de desfiliação, eu publiquei meia
dúzia de motivos que estavam me estimulando, para o povo no twitter, onde temos 140 caracteres.
Um deles levantou a fúria de uma militância que, na minha
opinião, erra exatamente por isso: não pára para pensar. Depois do senador
citado em uma das motivações, havia uma segunda pessoa que poderia ter ficado mais ofendido do que
ele mesmo, ainda! Mas esta pessoa, entendeu que eu não atacava o senador, mas
sim, este hábito novo psdebista de ficar apertando mãos e tirando fotos com
integrantes da situação que só nós fazem enganar. Eu deixei claro que estava
decepcionada não porque VI, mas porque me disseram que viram e eu fiquei dolorida. E quem foi sensato e
conseguiu abrir o olho, entendeu. O moço que poderia ter se ofendido demais,
ainda está ajudando no sentido de me fazer enxergar a imprensa que é
informativa, da que é manipuladora. Achei lindo!
Lavagens de roupa suja no twitter à parte, eu estava
enumerando os motivos pelos quais saí do PSDB. Por lá, parei, porque 140
caracteres dão margem à muita confusão por erros de interpretação ou expressão.
Aqui, sou livre, tenho mais letras, mais espaço para ser mais clara e, quem
quiser, tem espaço livre para me atacar por aqui também!
ISSO é Democracia. Uns gostam de determinados métodos de
legislação e gestão, e outros aprovam outros. Como não é possível agradar a todos,
todos se expressam e vale a vontade da maioria. Correto?
Adoro! E vou continuar defendendo o exercício da democracia,
mas não a deturpação dela!
Em mais posts como esse, explico, inclusive, porque não
quero mais nem CONVERSAR, com o PSDB carioca! Mas deixo claro: estou muito
agradecida e orgulhosa por cada um de meus votos! Menos o meu, então, contemos
aí 78 motivos de emoção para mim.
Verdadeiramente eu,
Filhinha de Papai
Tucano de bico vermelho nao aceita criticas. O partido e perfeito, o candidato esta sempre certo e que se atreve a dizer o contrario esta a servico dos petralhas para "diminuir", "enfraquecer" ou "denegrir" o partido.
ResponderExcluirDe agora em diante, assim como Dr Evil, voce sera chamada de petralha pelos bicos vermelhos.