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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não sou mais filiada. Não devo fidelidade a partido!


Agora vai!

Vou começar explicando, depois vou contar o resto.
Minha vida de “Filhinha de papai” que é um dos motivos pelos quais o blog leva esse nome, nunca foi exatamente de “Filhinha de Papai”, em alguns sentidos. Não me faltou nada, mas papai era classe média esforçado e mamãe professora do Estado de São Paulo.

Eu, sou a terceira e última filha, e nasci 10 anos depois do segundo. Portanto, eu era mais nova do que quase todos que eu conhecia. Vivi um mundo mais dividido com os “adultos”, por conta disso.
Provavelmente por este motivo, vi muito, pela televisão, na década de 80, programas jornalísticos. Que tinham até pouco conteúdo nacional para mostrar e acabavam passando bastante as situações de fome, miséria e doença ocasionadas pelas guerras civis africanas. De nacional, tinha muita imagem de seca no Nordeste, chão rachado sem chuva há meses, crianças doentes, aqueles índices enormes de mortalidade infantil por desnutrição e doenças endêmicas que já não existiam no resto do país. Doeu, e lá no passsado, eu já não conseguia lidar como expectadora com questões como essas,  vendo gente capaz de ajudar e sem querer ajudar.

Virei militante, cedinho! Com 6 anos, praticava assistencialismo , se querem assim chamar, porque reunia de tudo para quem eu via que não tinha nada. Com 11, em 1990, passei a me juntar a grupos de jovens militantes mais velhos do que eu, mas que eu via que estavam lutando por justiça e decência no país.
Aos 19 (no meu ano com 18 não houve eleição), virei cidadã, passei a usar meu direito (dever, no nosso caso) de voto. 1998 e eu fui saltitante e honradíssima votar em Fernando Henrique Cardoso. Tinha lamentado muito não ter feito isso em 94, por impedimento legal, uma vez que eu tinha só 15 anos. Mas discuti e debati muito com meus pais, irmãos e demais próximos que podiam votar e me falar sobre política.
Escrevi essa parte, da minha história, para mostrar que se fiz política, se tentei fazer, se lutei por ela, foi porque nasci na época que mais produziu mudanças. Sou de 79, início da “redemocratização” e se hoje sou chamada e tão reconhecida como democrata, deve ser porque eu estava nascendo enquanto ela estava voltando ao Brasil.

Gritei por “Diretas já”, sim, mas ali eu não posso dizer que sabia EXATAMENTE o que estava gritando! Mas eu achava que se tanta gente da população estava pedindo aquilo, era porque nossa vida ia mudar para melhor.Hoje, estudando mais, percebi que o que me movia muito era a tal “legitimidade”. Ora, se tanta gente pedia, devia ser o bem comum.

Sem saber que o conceito de comum, morreu antes de eu nascer!

História contada, eu preciso dizer que tudo isso me moveu nas lutas que abracei, achando que aquelas causas que eu carregava, ou aqueles políticos que eu promovia, salvariam nosso povo, devolveriam nosso sentimento de nação. Errei! Errei de causa, errei de político, errei de método. Mas acertei muito, também! E vi que acertei mais comigo mesma, quando parei para refletir e achei a MINHA verdade.

Ex-candidata tentando mostrar ao povo que campanha nos moldes atuais é nocivo para a nação, protestei muito, mas para isso, eu precisava duma sigla partidária atrás de mim. Não é possível, no Brasil, ser candidato a um cargo legislativo ou majoritário, sem fazer parte de uma sigla partidária.

E foi por isso que acabei permanecendo filiada ao partido que me encantava há muito, o PSDB. Mas minha “briga” interna no PSDB data de antes dos registros das candidaturas. E se eu estava tão errada em minhas “brigas internas”, por que foi que ME PEDIRAM (é, me pediram! Não fui eu pedir para ser candidata, não! O partido precisava de mim por conta da idiotice de cotas de 30% para mulheres) para ser candidata? Eles sabiam que eu estava chegando bem perto do meu limite com o que condeno no PSDB: protecionismo interno.

No dia 8 de Outubro, um dia depois das eleições municipais, aquela que estava candidata e perdeu (feio para uns, porque fiz só 79 votos, mas bonito para mim, porque 79 votos sem campanha e sem gastar UM real, não é para qualquer um), apresenta ao TRE do Rio, ao presidente nacional do PSDB e ao presidente do diretório municipal do PSDB Rio de Janeiro. Seu pedido de desfiliação.
Parece que eu estou pedindo desfiliação porque estou magoada com o partido porque eu fiz só 79 votos, não é?

Compreendo perfeitamente quem pensa assim e não condeno! EU estou dando motivo para este tipo de raciocínio. Mas ontem, 09 de outubro, junto com a publicação da imagem da carta de desfiliação, eu publiquei meia dúzia de motivos que estavam me estimulando, para o povo no twitter, onde temos 140 caracteres.
Um deles levantou a fúria de uma militância que, na minha opinião, erra exatamente por isso: não pára para pensar. Depois do senador citado em uma das motivações, havia uma segunda pessoa que poderia ter ficado mais ofendido do que ele mesmo, ainda! Mas esta pessoa, entendeu que eu não atacava o senador, mas sim, este hábito novo psdebista de ficar apertando mãos e tirando fotos com integrantes da situação que só nós fazem enganar. Eu deixei claro que estava decepcionada não porque VI, mas porque me disseram que viram e eu fiquei dolorida. E quem foi sensato e conseguiu abrir o olho, entendeu. O moço que poderia ter se ofendido demais, ainda está ajudando no sentido de me fazer enxergar a imprensa que é informativa, da que é manipuladora. Achei lindo!

Lavagens de roupa suja no twitter à parte, eu estava enumerando os motivos pelos quais saí do PSDB. Por lá, parei, porque 140 caracteres dão margem à muita confusão por erros de interpretação ou expressão. Aqui, sou livre, tenho mais letras, mais espaço para ser mais clara e, quem quiser, tem espaço livre para me atacar por aqui também!

ISSO é Democracia. Uns gostam de determinados métodos de legislação e gestão, e outros aprovam outros. Como não é possível agradar a todos, todos se expressam e vale a vontade da maioria. Correto?
Adoro! E vou continuar defendendo o exercício da democracia, mas não a deturpação dela!

Em mais posts como esse, explico, inclusive, porque não quero mais nem CONVERSAR, com o PSDB carioca! Mas deixo claro: estou muito agradecida e orgulhosa por cada um de meus votos! Menos o meu, então, contemos aí 78 motivos de emoção para mim.

Verdadeiramente eu,

Filhinha de Papai

Um comentário:

  1. Tucano de bico vermelho nao aceita criticas. O partido e perfeito, o candidato esta sempre certo e que se atreve a dizer o contrario esta a servico dos petralhas para "diminuir", "enfraquecer" ou "denegrir" o partido.

    De agora em diante, assim como Dr Evil, voce sera chamada de petralha pelos bicos vermelhos.

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