Rio de Janeiro, 29 de março de 2012. O que tem para hoje?
Sou Administradora de empresas por formação, sou Comunicadora por vocação, estudante de Direito por curiosidade e interesse nos interesses da Nação.
Diante das características acima expostas, acabei atuando sem Formação, como jornalista, no ano de 2010, quando trabalhei para a campanha presidencial de José Serra. Ali, senti que meu nascimento finalmente tinha algum sentido! Eu percebi um dom, e o explorei ao máximo.
Resultado? Ao fazer a cobertura jornalística, pela então “Rede Mobiliza”, de um evento em formato de painel de debates, sobre Liberdade de Expressão, contando com as presenças do então presidente do Instituto Millenium, Paulo Uebel (hoje fora do Brasil e substituído por Priscila Pereira Pinto), Generais da reserva que comandam a Revista do Clube Militar, Reinaldo Azevedo e Merval Pereira, fui cadastrada pela Revista do Clube Militar como jornalista. Então, recebo todos os convites para os eventos de mesmo tipo.
No dia 21 de Março de 2012, recebi em minha caixa de entrada, um convite para um evento promovido pelo Clube Militar. Honrada, agradeço pela compreensão, respeito e parceria, do General Ex. Renato Tibau da Costa, presidente do Clube, que assina o convite.
Aqui, a imagem do CONVITE que recebi por e-mail:
Independente do viés político, qual brasileiro que tenha um compromisso com a verdade não se interessaria em comparecer e cobrir um evento como o descrito no Convite? Eu é que não! Interessei-me, e muito, e confirmei minha presença assim que consegui! Pela primeira vez, as “portas dos militares” estavam abertas ao público para que fossem feitas as perguntas que queremos fazer há tanto tempo. E os militares responderam! Sem, inclusive, intenção de defesa de seus atos. Confessaram a ditadura, comentaram ações de prisão e interrogatório. Claro, de acordo com a versão deles.
O que me chamou atenção, porém, foi uma fala do hoje jornalista Aristóteles Drummont: “Os militares estão expondo sua versão. Mas será que vocês conseguirão o mesmo da guerrilha?”
Não! A Guerrilha não fala. O que fala, é com orgulho! Como se tivessem salvado o país do bicho papão. Vale matar para salvar? Não! De lado nenhum! Mas por que somente um dos lados assume suas mortes?
Ainda de acordo com meu compromisso com a verdade, fiz a cobertura em tempo real, pelo twitter, daquilo que VI e VIVENCIEI. E divido, aqui com os leitores, sem qualquer pretensão de tomar partido. Tomei partido de mim mesma, agredida, ontem, pelos manifestantes que se diziam pela “Liberdade”. E a minha liberdade, que eles tentaram tirar?
Vamos aos fatos:
Cheguei à Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, exatamente às 14:48 horas, do dia de ontem. Não significa que cheguei ao Clube nesse horário, uma vez que a Avenida já estava tumultuada com uma manifestação NÃO PACÍFICA. Demorei aproximadamente 40 minutos para conseguir chegar até o Estacionamento da Cinelândia.
Ao colocar os pés na calçada em frente ao Clube Militar, comecei a ouvir gritos de “sanguinária, assassina, ditadora....” e outros nomes menos próprios ainda, apenas por tentar entrar, informando ser da imprensa, no Clube para cobrir o evento. Lembrando, meu nascimento ocorreu em 1979 e eu sou CIVIL.
O Policial Militar a quem pedi licença para entrar, informou que não estava autorizado a deixar que ninguém mais entrasse, uma vez que os manifestantes estavam tentando agredir às pessoas. Imediatamente, aproximadamente 7 fotógrafos bateram fotos e mais fotos minhas, não sei com qual objetivo.
Então, o policial me instruiu a pedir autorização a alguém de dentro do Clube. Devidamente autorizada e instruída a entrar pela rua Santa Luzia, na lateral do prédio, pedi ao policial que me oferecesse um pingo de proteção, para que eu pudesse, sem ser mais agredida (eles nos atingiam com as bandeiras dos partidos), a tirar fotos da multidão que bloqueava a entrada da Rio Branco, do Clube Militar.
Fotos:
Faço a volta, acesso o Clube pela rua Santa Luzia, e vejo, logo em sequência, a chegada do General Nilton Cerqueira. Este, levou uma chuva de ovos, que chegaram a ser jogados em mim também, mas tive sorte e MUITA proteção da Polícia! Muita mesmo! Ontem quem apanhou por mim, foram os oficiais da Polícia Militar! Obrigada, senhores!
Ainda no térreo, aguardo o elevador para subir ao quinto andar, onde acontecia o Painel de debates. Com a chegada do General Nilton Cerqueira, os manifestantes se inflamaram mais, e quase romperam a barreira policial. Um dos generais então presentes no andar térreo, em desespero, grita: “Por favor, SAIAM DAQUI!”, para nós, que aguardávamos o elevdor. Cumpri a ordem, subi um lance de escada e tomei, então, o elevador até o quinto andar, partindo do segundo.
Suada, suja de respingos de ovos, cansada, chego ao evento, e encontro todos sentados, a grande maioria de idosos, muita ordem e MUITA, mas MUITA, cordialidade dos representantes do Clube. Agradeço à Ana, Katia e Denise pela sempre IMPECÁVEL recepção e colaboração. Quanto ao General Tibau, sempre agradeço! É um homem de honra!
Fotos:
Escuto, então, às falas de Ricardo Salles, que como eu, não era NASCIDO na época do golpe, mas foi brilhante em suas colocações, tanto contra quanto a favor, o já citado jornalista e militar, Aristóteles Drummond, Dr. Heitor de Paola e General Luiz Eduardo Rocha Paiva, que estava com a palavra quando cheguei ao salão nobre.
Atrasada por conta dos manifestantes, perdi grande parte do evento, então, não posso dizer que o regime e o golpe não foram defendidos. Durante a minha estada e acompanhamento, o que assisti foi realmente um Painel de Debates sério e fiel ao propósito: contar a versão dos militares. Nada mais!
O Painel foi aberto, inclusive, a perguntas de QUALQUER UM da plateia. Todas foram respondidas. Sem censura.
No fim, enquanto Ricardo Salles encerrava o debate por FALTA DE MAIS PERGUNTAS, ouvimos o som de uma bomba, logicamente manipulada pela Polícia Militar. Sim, tratava-se de uma bomba de efeito moral, solta para dispersar a multidão que se manifestava ILEGALMENTE na porta do Clube.
Poucos minutos antes da bomba, já havia uma intensa movimentação da imprensa perto das janelas do quinto andar, porque os manifestantes passaram a cometer atos de vandalismo e o barulho aumentou muito.
Foto do momento que antecedeu a bomba:
Foto do movimento visível pela janela que usei, pós bomba:
Fomos, então, instruídos a tomar distância das janelas, pois os manifestantes começaram a tentar nos atingir. Da rua, até o quinto andar.
Por volta das 16:30, com o encerramento do evento, fomos informados dos perigos que nos aguardavam na saída do Clube. Mais uma vez, a direção do Clube pediu a todos que aguardassem um pouco para sair, pois a Polícia Militar não estava com a situação sob controle, ainda.
Aproximadamente trezentas pessoas, entre estudantes das escolas militares, estudantes universitários civis que foram ali PARA ESTUDAR, convidados civis de várias categorias e militares, em sua maioria, da Reserva, tiveram que ficar perambulando pelo Clube, enquanto não tínhamos segurança suficiente para sair.
17 horas: saio do quinto andar e me dirijo ao térreo, na intenção de sair do Clube e tomar o rumo de minha Faculdade, ali perto, onde minhas aulas têm início às 18:30 horas, diariamente.
Uma multidão se espreme no andar térreo do Clube. Ainda não havia segurança suficiente para nossa saída. A instrução: “Aguardem o policiamento de choque, saiam em pequenas turmas COM ESCOLTA DELES, e dirijam-se imediatamente às escadas de acesso ao metrô”.
Enquanto isso, fotografei os portões fechados do Clube, com os manifestantes MUITO PERTO, do outro lado, sedentos de sangue, ao que parecia!
Fotos do momento em que ficamos retidos:
Chegou a minha vez. Fui autorizada a sair. Pela Avenida Rio Branco. O cordão policial tinha dificuldades em conter os agressores. Eu mesma, fui atingida por uma bala de tinta na panturrilha direita e um grande recipiente com tinta vermelha foi violentamente arremessado contra mim. A mocinha estudante que estava imediatamente atrás de mim, alertou “Cuidado!”, e eu consegui desviar do recipiente em tempo. O mesmo explodiu, ao bater com muita força contra a parede do prédio do Clube. Perdi o vestido, a meia-calça e o par de botas que usei ontem. Além disso, fui atingida no rosto pela tinta, e no peito pelos sprays de pimenta, que não se sabia se vinham da Polícia ou dos manifestantes. Ambos os tinham!
Ao descermos as escadas, eu e oito estudantes de Direito da UFF, fomos atingidas pelos sprays. Eu, novamente, tive sorte. As meninas menos. Foram atingidas diretamente nos olhos, bocas e narizes. As oito passaram mal. Dirigi-me à sede do PSDB carioca, exatamente do outro lado da rua, e convidei as estudantes a me acompanharem, pelo menos para podermos nos lavar e beber água.
Salvas, finalmente, fomos extremamente bem tratadas e cuidadas pela equipe PSDBista presente. As meninas puderam seguir viagem para Niterói e eu pude ir resgatar meu carro e chegar à minha aula. Atrasada, às 19:00 horas, graças, novamente, aos manifestantes!
Aqui, colo link do “O Globo”, jornal criminoso por sua abordagem mentirosa do evento, com vídeo dos “pacíficos” manifestantes, que também mentem sobre suas próprias ações. Porque eu VI!
O que está sendo mostrado no vídeo, pela moça que se diz correspondente da UERJ (que pena da comunicação deles), são alguns sinais da MESMA TINTA que me atingiu. Ela? Alega que são ferimentos.
A Polícia Militar foi, inclusive, chamada de “vagabunda”, pelo manifestante que aparece aqui, no link do "Estadão", sem camisa e de cabelos compridos. Ele estava fora do exercício de seu trabalho, ao que percebi (se é que realiza algum), mas a polícia que ele chamou de “vagabunda”, trabalhou MUITO, por conta dos atos dele:
Foto de meu rosto atingido pelos restos de uma bala de tinta. O “grosso” dessa, atingiu o policial da tropa de Choque que me escoltava (nesse momento, da foto, eu já estava a salvo, dentro da sede do PSDB):
Paro nas escadas do metrô, e mostro ao “câmera man” da Band, minha etiqueta grafada “IMPRENSA” e o resultado, em mim produzido, pelas agressões dos manifestantes. ISSO não foi publicado em lugar algum.
Pediram os fatos! Os fatos são esses. Não sei manipular photoshop, tampouco tenho equipamento fotográfico profissional. Minhas fotos são ruins, e REAIS.
Com vergonha, alergia e ainda ferida moral e fisicamente, comento os fatos e exponho um pouco mais de minha vida particular, nos próximos posts, para não matar o leitor de cansaço!
Agradecendo a todos os amigos que prestaram sua solidariedade,
Filhinha de Papai